quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Injustiças: Parte I


Porque razão ainda somos, os "novos" Técnicos de Arqueologia, equiparados a verdadeiros trolhas? Será preconceito? Será ignorância? Será superioridade?
É factual que um Técnico de Arqueologia tem aptidões para orientar uma escavação, em toda a sua amplitude; fazer registos, escavar, tirar coordenadas, desenhar, fazer trabalho de laboratório, etc. Porque razão não nos deixam fazer o nosso trabalho e nos mandam "para baixo"? Além disto, os métodos de escavação variam assim tanto, para que existam técnicas em que não se trata o material com esmero? Haverá alguma técnica de escavação em que a dita seja levada a cabo apenas com um pico, apenas com o intuito de descer uns quantos níveis? Não me parece...
Afinal de contas, que competências nos traz o título de "Técnicos de Arqueologia"? Afinas de contas, de que modo podemos fazer reconhecer o nosso trabalho e a nossa ética?

3 comentários:

Anónimo disse...

Lamento imenso, meu caro...
Mas isto é o país que nós temos, infelizmente quando se trata de abrir cursos não se pensa em faze-lo em prol de ajudar efectivamente os jovens, mas sim apenas para ganhar mais uma mensalidade de proprinas... infelizmente é uma triste realidade!!!
Cortam-nos as pernas muito antes de termos pernas para andar.
É tempo de reflectir...se vale a pena acreditar...meus caros pensem muito bem antes de tirarem um curso que prometem ser uma coisa e ...afinal de contas nao serve de nada...apenas mais um papel para colocar dentro de uma pasta cheia de certificados, curriculos...sem serventia alguma...!!!
Pensem...e lutem...tem que valer a pena lutar por aquilo que na realidade se quer fazer, nao sao uns quantos que nos vao impedir de ir mais além...

Anónimo disse...

Sem dúvida que o vosso curso de Técnicas de Arqueologia ainda deverá sofrer um longo percurso de reconhecimento até serem considerados verdadeiros Arqueólogos. Primeiro estamos em Portugal, isto para dizer que existe uma diferença entre Universidades e Politécnicos, não a óbvia em termos de aptidões mas aquela imposta pela sociedade académica que reconhece um curso Universitário como sendo de 1ª e aquele obtido nos Politécnicos como de 2ª. Esta realidade será aquela com que se terão que confrontar o resto das vossas vidas, no entanto cada um de vós é responsável pela vossa carreira e onde hoje uma porta se fechou amanhã outra se abrirá. Dependerá apenas de vós o sucesso, que em toda e qualquer profissão está directamente correlacionado com a qualidade e eficiência do vosso trabalho , ou seja o vosso sucesso será também o do curso e só assim se atingirá o reconhecimento tão merecido deste Curso.

Medusa disse...

De qualquer forma, com ou sem reconhecimento como Arqueólogos, será plausível fazermos o mesmo trabalho que serventes das obras fazem em escavações?! Acartar baldes e descer uns 3 ou 4 níveis em 2 minutos, com um pico, sem olhar á preservação do material eventualmente presente nas camadas?! Será, portanto, plausível obrigarem-nos a fazer um trabalho mal feito? Com ou sem reconhecimento, deveríamos ser contratados para fazer o trabalho para o qual fomos talhados; escavar, sim, mas não só.