domingo, 10 de agosto de 2008

Achados 12 sítios arqueológicos identificados - Lareira pré-histórica descoberta no Espichel


Cristina Isabel Pereira
cristina.pereira@sado2000.pt



"O Centro Português de Pré-História e Geo-História ( CPGP ) voltou este mês ao trabalho de campo no Cabo Espichel, que já permitiu descobrir uma lareira pré-histórica e vário material lítico talhado. Os investigadores do CPGP estão no terreno desde 16 de Julho e até 8 de Agosto, com um novo projecto para os próximos quatro anos.
Os novos achados vêm, para já, sustentar as conlusões a que o CPGP chegou ao longo de 10 anos de escavações e prospecções arqueológicas no Cabo Espichel, de que aquele local era utilizado como oficina de talhe, por comunidades pré-históricas que viviam nas proximidades. Esse trabalho foi reunido no livro “A Pré-história do Espichel – Subsídios para uma Carta Arqueológica do Cabo Espichel”, apresentado em Novembro. Agora, o objectivo é reeditar o livro, com novas actualizações, e editar uma publicação específica sobre paleontologia, conta o presidente do CPGP, Silvério Figueiredo.
O trabalho anterior permitiu identificar 12 novos sítios arqueológicos, entre os 18 existentes no Cabo Espichel. Neste momento, os trabalhos arqueológicos decorrem nos sítios da Boca do Chapim Sul e no Alto da Fonte Nova, onde foi encontrada a lareira pré-histórica, que «as comunidades utilizariam para se aquecer quando pernoitavam no Cabo Espichel», explica Silvério Figueiredo.
Os investigadores estão empenhados em «estudar as camadas de origem dos materiais encontrados» para, assim, «obter dados para perceber melhor a ocupação humana da zona. Os vestígios encontrados até agora permitiram deduzir que as estações arqueológicas entre o Cabo Espichel e a Praia da Foz se integram na pré-história recente. Já as arribas viradas a sul, que hoje estão a 30-40metros de altitude mas que já foram praias, inserem-se, provavelmente, no paleolítico inferior.
Para além dos trabalhos arqueológicos, o CPGP está também a realizar investigações arqueológicas. Nestas investigações, foram descobertas, no ano passado, algumas vértebras e ossos da bacia de um dinossáurio, para além de vários restos de outros vertebrados do Cretácio, que o CPGP continua a estudar.
Os trabalhos têm envolvido alunos do Instituto Politécnico de Tomar e jovens através do Programa Ciência Viva. Contam com a colaboração do Departamento de Ciências da Terra da Universidade de Coimbra e de um geomorfólogo da Universidade de Évora e o apoio do Ciência Viva e de uma empresa privada."

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